O Naipe de Paus

ElementoFogo (energia, ação). É o pai do Ar e da Terra, junto com a Água. 

Palavras-Chave Positivas: criatividade, iniciativa, automotivação, vontade, visão, desejo, energia, competição, desafio, charme empreendedorismo, direção, novo crescimento.

Palavras-Chave Negativas: ansiedade, promessas vazias, egoísmo, orgulho, grosseria, temperamento agressivo.

Função Psicológica: Intuição

Características, conforme Pramad (1992, p. 230):

  1. Agente transformador.
  2. Agente Purificador.
  3. Agente sutilizador. Leva as coisas a seu estado mais sutil, pela combustão do invólucro grosseiro.
  4. Agente iluminador.
  5. Agente Calorífico.

 

O Significado do Naipe de Paus

Segundo Pramad (1992, p. 269),

As dez cartas de Paus mostram dez manifestações diferentes de nossa energia. São dez momentos de expressão de nosso fogo interno.

 

E nas palavras de Crowley (apud Pramad, 1992, p. 269):

Os Ases representam as raízes dos quatros elementos. Estão completamente por cima e são totalmente diferentes das outras cartas menores. Nestas cartas não existe uma autêntica manifestação dos elementos em forma material. Constituem um elo entre as cartas menores e as Princesas/Pajens.

Este Ás aparece como um falo em chamas, explodindo em todas as direções. Dez grandes labaredas de fogo, em forma de Yod () e ordenadas segundo a estrutura da Árvore da Vida, sobressaem o resto. É "A Raiz dos Poderes do Fogo".

Aqui a energia primordial aparece num estágio inicial, sem concretização prática nenhuma. É apenas um impulso indeterminado em uma direção conhecida.

 

A Mitologia do Naipe de Paus

Este naipe simboliza a história de Jáson e os Argonautas em busca do Velocino de Ouro e é uma lenda tipicamente heroica, cheia de aventuras e incríveis viagens ao desconhecido. A história é, na realidade, uma missão na qual o herói deve confiar mais nas faculdades intuitivas do que propriamente no pensamento racional. Assim a história de Jáson é uma aventura que gira em torno de um motivo central - a imaginação do homem.

De acordo com a mitologia, Frixo e Helé, os dois filhos de Atamas e Nefele, eram odiados por Inó, sua madrasta. Por isso decidiram fugir, montados no miraculoso carneiro com tosão de ouro, que tinha sido dado a sua mãe, por Zeus. O carneiro possuía dons especiais: pensava e falava, tinha o pelo de ouro e podia voar. Durante o voo Helé caiu no mar e se afogou. Porém Frixo teve mais sorte e conseguiu chegar à Cólquida, no mar Negro, onde permaneceu junto ao rei Aietes. O rei lhe acolheu, dando em casamento a filha, Calciope. Frixo sacrificou o carneiro a Zeus e ofereceu o tosão ao rei. Este o consagrou a Ares e o colocou num carvalho, no bosque sagrado da divindade, sobre a proteção de um dragão que jamais dormia.

Enquanto isso, na cidade de Iolco, na Tessália, reinava Pelias, um príncipe usurpador, no lugar do irmão mais velho e legítimo herdeiro, Áison. Pelias decidiu matar o sobrinho, Jáson, logo que nasceu. Os pais então, simularam uma doença e morte do recém-nascido e o entregaram ao centauro Quíron (que o encontramos na carta O Hierofante). Quíron ensinou ao menino o respeito aos deuses, à justiça, à arte militar, à medicina e à música, mantendo Jáson consigo durante 20 anos, quando lhe contou sua verdadeira origem.

Jáson resolveu ir a sua cidade natal, onde seu tio organizava uma festa à Poseidon. O rei reparou no jovem estrangeiro, estranhamente vestido de com peles de leopardo e calçado com apenas uma sandália - por perdeu a outra durante a viagem, em um rio -, e se lembrou da previsão de um oráculo, que havia mandado temer um estrangeiro de um pé descalço. Pelias se assustou ainda mais quando o rapaz veio lhe reclamar o trono, que por direito era seu. O rei então prometeu lhe entregar caso cumprisse uma pequena tarefa: ir até Cólquida e recuperar o Velocino de Ouro.

O jovem príncipe aceitou a missão e convocou príncipes e guerreiros e mandou construir um navio, Argó. Assim se juntaram ao grupo os gêmeos guerreiros Cástor e Pólux, Hércules; Orfeu, o cantor, e o rei Teseu de Atenas. Após uma viagem conturbada e cheia de monstros e perigos, chagam ao seu destino. A filha de Aietes, a feiticeira Medéia, se apaixonou por Jáson e o auxiliou a eliminar o dragão que guardava o Velocino de Ouro. Porém o rei de Aietes tentou impedir com dezenas de tropas que os Argonautas fugissem, mas eles conseguiram fugir. Medéia, para proteger o amado, acaba matando seu irmão, Ápsirto e, o rei tomado de dor pela perda do filho, desistiu da perseguição.

A viagem de volta também foi difícil e perigosa, mas conseguem chegar em Iolco, com o Velocino de Ouro. Mas Jáson descobre que Pelias havia assassinado seu pai, Áison. Com a ajuda de Medéia o jovem se vinga, através dos encantamentos da feiticeira, de forma que as próprias filhas do rei o matassem. Então Jásou toma seu trono de direito. Porém, o sucesso da empreitada lhe sobre a cabeça, e decide que apenas um reino não era mais suficiente e vai em busca de outro, o de Corinto. Desposou Creusa, filha do rei Creonte, enfurecendo Medéia, que se vingou matando Creusa e seus filhos com Jáson.

Por fim, a profecia de Medéia se realizou: Jáson, após ter vivido tempo suficiente para experimentar o peso dos seus males, morreria esmagado pelos destroços de seu navio Argó (Sharman-Burke & Greene, 1988).


Referências:

  • Bartlett, Sarah. A Bíblia do Tarô: o guia definitivo das tiragens e do significado dos arcanos maiores e menores. São Paulo: Pensamento: 2011.
  • Pramad, Veet. Curso de Tarô. O Tarô e seu uso terapêutico. 1992.
  • Sharman-Burke, Juliet; Greene, Liz. O tarô mitológico. São Paulo: Siciliano, 1988.
  • Imagem: Reprodução / Ás de Paus do Tarô de Crowley

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